A música me ama
Ela me deixa fazê-la
A música é uma estrela
Deitada na minha cama
Ela me chega sem jeito
Quase sem perceber
Quando dou conta e vou ve
Ela já entrou no meu peito
No que ela entra a alma sai
Fica o meu corpo sem vida
Volta depois comovida
Eu nunca soube onde vai
Meu olho dana a brilhar
Meu dedo corre o papel
E a voz repete o cordel
Que se derrama do olhar
Fico algum tempo perdido
Até me recuperar
Quase sem acreditar
Se tudo teve sentido
A música parte
E eu desperto
Pro mundo cruel que ai está
Com medo dela não mais voltar
Mais ela está sempre por perto
Nada que existe é mais forte
E eu quero aprede-lhe a medida
De como compor minha vida
Que é para eu compor minha morte.
Paulo César Pinheiro