quinta-feira, 22 de abril de 2010


A música me ama

Ela me deixa fazê-la

A música é uma estrela

Deitada na minha cama

Ela me chega sem jeito

Quase sem perceber

Quando dou conta e vou ve

Ela já entrou no meu peito

No que ela entra a alma sai

Fica o meu corpo sem vida

Volta depois comovida

Eu nunca soube onde vai

Meu olho dana a brilhar

Meu dedo corre o papel

E a voz repete o cordel

Que se derrama do olhar

Fico algum tempo perdido

Até me recuperar

Quase sem acreditar

Se tudo teve sentido

A música parte

E eu desperto

Pro mundo cruel que ai está

Com medo dela não mais voltar

Mais ela está sempre por perto

Nada que existe é mais forte

E eu quero aprede-lhe a medida

De como compor minha vida

Que é para eu compor minha morte.


Paulo César Pinheiro